Bernardo Pereira de Vasconcelos

Endereço: Avenida Marechal Floriano (Av. Passos)
Peça: Estátua
Data: Século XX
Artista: Flory Gama
Material: Bronze


Histórico

Estátua em bronze, sobre alto pedestal de granito e de autoria de Flory Gama.


Biografia

Nasceu em Vila Rica, província de Minas Gerais, a 27 de agosto de 1795 e tornou-se um dos maiores expoentes da construção da ordem nacional. Cursou Direito na Universidade de Coimbra e participou da criação dos cursos jurídicos no Brasil, instalados em Olinda e São Paulo, em 1827. No processo de organização desse curso, fez severas críticas à instituição conimbricense alertando os parlamentares para os erros ali verificados para que não se repetissem aqui.

Foi deputado geral de 1826 a 1837, senador de 1838 a 1850, conselheiro de Estado de 1842 a 1850, ministro da Fazenda em 1831-1832, ministro da Justiça e do Império de 1837 a 1839, ministro do Império em 1840. Exerceu também atividade jornalística, iniciando a publicação do Universal em 1825. Atribuía à instrução pública, importância fundamental na organização social brasileira. Defendia a liberdade de imprensa e via nela a melhor forma de difundir a instrução entre os homens.

Em 2 de dezembro de 1837, assinou o decreto que criou o Colégio Pedro II, a mais importante instituição de educação secundária do Império a qual deveria servir de modelo para as demais. Faleceu em 1o. de maio de 1850, vítima de febre amarela.

Escultor

Flory Lisboa Gama nasceu na cidade de Vargem Grande, no Maranhão, em 1916. Foi escultor acadêmico até o fim de sua carreira, sem ser influenciado pelos fluxos da Arte Moderna. Foi aluno do escultor maranhense Newton Sá sob o incentivo do tio, o médico sanitarista Filogônio Lisboa. Realizou sua primeira exposição em 1937 em São Luís no teatro Arthur Azevedo onde apresentou 48 peças recebendo críticas elogiosas dos intelectuais maranhenses. Neste mesmo período instalou na Rua da Paz, 121, um museu com seu nome.

Recebeu apoio financeiro de Dr. Paulo Martins de Souza Ramos para realizar sua viagem ao Rio de Janeiro, cidade na qual passou a r esidir e estudar com Margarida Lopes de Almeida. Neste período esculpiu uma série de medalhões retratando “homens ilustres”. Ganhou no Salão Nacional de Belas-Artes a pequena medalha de prata, em 1940. Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948 com o trabalho L’après-midi d’um Faune, obra incorporada ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Visitou Itália, Bélgica, Suíça, Holanda e França, onde estudou na Acadèmie de la Grande Chaumière (Paris). Ainda no Salão Nacional de Belas-Artes recebe o prêmio Viagem ao País, em 1952, e em 1955 a medalha de ouro do Salão Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Em 1956 realizou exposição individual no Museu Nacional de Belas Artes, apresentando 24 trabalhos em bronze gesso e cimento. Integrou ainda durante oito anos o júri do Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Possui uma vasta produção e consta em acervos no Brasil e no exterior, como por exemplo: Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Colégio Pedro II (Rio de Janeiro), Hospital do Câncer de Paris, Caixa Econômica do Rio de Janeiro, Museu de Belas Artes de Buenos Aires (Argentina), Parlamento da Índia (Nova Deli – Monumento à Indira Gandhi), Porta Monumental da cidade do Rio de Janeiro, Monumento à Estácio de Sá em frente ao Museu de Armas no Rio de Janeiro, Monumento Funerário de Satú Belo (São Luís), entre outros bustos, estátuas e monumentos “formando “panteões” em várias entidades culturais do país, inclusive na Academia Brasileira de Letras. Entre suas obras, realizou o busto da escritora Maria Firmina, de grande importância na luta antiescravagista. Segundo informações do portal São Luís do Maranhão: “Obs.: o busto é uma idealização da homenageada, de quem não são conhecidas fotografias. Mas que, mulata, provavelmente não teria as finas e clássicas feições de República alegorizada que lhe deu o talentoso escultor maranhense.”.

Fez também o busto do político Marcos Tamoyo, que fora prefeito do Rio de Janeiro, alocada no Parque Marcos Tamoyo; o busto de Raimundo Corrêa de Araújo um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras. Realizou em 1940 a máscara mortuária de seu mestre Newton Sá. Posteriormente foi responsável pela máscara mortuária do poeta Catulo da Paixão Cearence em 1946 e foi convocado para registrar no gesso, a máscara de Getúlio Vargas, presidente da República na época, logo após seu suicídio (FORTES, 2001). Realizou também a máscara mortuária de Lindolfo Collor. Foi ainda um dos Fundadores da Sociedade dos Artistas Nacionais e membro da Sociedade de Homens de Letras e Belas Artes. Morreu no Rio de Janeiro, em 1996.

Histórico da pesquisa

- Monumentos do Rio (Secretaria Municipal de Obras – 1983)
- Livro Os Monumentos do Rio de Janeiro (2015)
- Guia do Patrimônio Cultural Carioca (2014)
- https://docero.com.br/doc/ex0vcv
- http://ymy.blogs.sapo.pt/
- Alex Belchior (foto)