Escultor
Flory Lisboa Gama nasceu na cidade de Vargem Grande, no Maranhão, em 1916. Foi escultor acadêmico até o fim de sua carreira, sem ser influenciado pelos fluxos da Arte Moderna. Foi aluno do escultor maranhense Newton Sá sob o incentivo do tio, o médico sanitarista Filogônio Lisboa. Realizou sua primeira exposição em 1937 em São Luís no teatro Arthur Azevedo onde apresentou 48 peças recebendo críticas elogiosas dos intelectuais maranhenses. Neste mesmo período instalou na Rua da Paz, 121, um museu com seu nome.
Recebeu apoio financeiro de Dr. Paulo Martins de Souza Ramos para realizar sua viagem ao Rio de Janeiro, cidade na qual passou a r
esidir e estudar com Margarida Lopes de Almeida. Neste período esculpiu uma série de medalhões retratando “homens ilustres”. Ganhou no Salão Nacional de Belas-Artes a pequena medalha de prata, em 1940. Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948 com o trabalho L’après-midi d’um Faune, obra incorporada ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Visitou Itália, Bélgica, Suíça, Holanda e França, onde estudou na Acadèmie de la Grande Chaumière (Paris). Ainda no Salão Nacional de Belas-Artes recebe o prêmio Viagem ao País, em 1952, e em 1955 a medalha de ouro do Salão Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Em 1956 realizou exposição individual no Museu Nacional de Belas Artes, apresentando 24 trabalhos em bronze gesso e cimento. Integrou ainda durante oito anos o júri do Salão Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Possui uma vasta produção e consta em acervos no Brasil e no exterior, como por exemplo: Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Colégio Pedro II (Rio de Janeiro), Hospital do Câncer de Paris, Caixa Econômica do Rio de Janeiro, Museu de Belas Artes de Buenos Aires (Argentina), Parlamento da Índia (Nova Deli – Monumento à Indira Gandhi), Porta Monumental da cidade do Rio de Janeiro, Monumento à Estácio de Sá em frente ao Museu de Armas no Rio de Janeiro, Monumento Funerário de Satú Belo (São Luís), entre outros bustos, estátuas e monumentos “formando “panteões” em várias entidades culturais do país, inclusive na Academia Brasileira de Letras. Entre suas obras, realizou o busto da escritora Maria Firmina, de grande importância na luta antiescravagista. Segundo informações do portal São Luís do Maranhão: “Obs.: o busto é uma idealização da homenageada, de quem não são conhecidas fotografias. Mas que, mulata, provavelmente não teria as finas e clássicas feições de República alegorizada que lhe deu o talentoso escultor maranhense.”.
Fez também o busto do político Marcos Tamoyo, que fora prefeito do Rio de Janeiro, alocada no Parque Marcos Tamoyo; o busto de Raimundo Corrêa de Araújo um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras. Realizou em 1940 a máscara mortuária de seu mestre Newton Sá. Posteriormente foi responsável pela máscara mortuária do poeta Catulo da Paixão Cearence em 1946 e foi convocado para registrar no gesso, a máscara de Getúlio Vargas, presidente da República na época, logo após seu suicídio (FORTES, 2001). Realizou também a máscara mortuária de Lindolfo Collor. Foi ainda um dos Fundadores da Sociedade dos Artistas Nacionais e membro da Sociedade de Homens de Letras e Belas Artes. Morreu no Rio de Janeiro, em 1996. |