Técnicas de fabricação - quinta parte

6 - Acabamentos

Após a corrida, a peça permanece no molde por um período suficiente para assegurar seu esfriamento. Este deve acontecer de modo progressivo. Em seguida, ocorrerão operações importantes e delicadas:

6-a - Separação e desenchimento
Separação consiste em extrair a peça de seu molde. Este é colocado sobre um aparelho que, por vibração, destrói o molde e evacua a areia. O núcleo, ainda retido no interior da peça, também é evacuado por fratura da areia em pedaços.

6-b - areamento
A peça será limpa da areia que ainda adere na sua superfície por meio de projeção de areia, bilhas de aço ou escórias, que lhe proporcionará um aspecto liso e limpo. Antigamente, essa operação era realizada com o uso de escova metálica.

6-c - rebarbagem
A peça limpa será entregue ao rebarbador que irá suprimir rebarbas, imperfeições e excrescências de metal resultantes da corrida, bem como os jatos, respiradouros, canais de escoamento e masselotas. Efetuada antigamente com o uso da lima e do alicate, tal operação é hoje realizada por meio de fratura e esmerilamento.

6-d - os reparos
Tão logo a peça é posta "a descoberto", as aberturas (poços de evacuação do núcleo e saída das traves que suspendem o núcleo dentro do molde, por exemplo) são soldadas e vedadas e as asperezas e os pequenos defeitos aparentes são regularizados.

6-e - a cinzelagem
Essa operação, efetuada pelo escultor ou pelos operários mais habilidosos, consiste em devolver vida e frescor à peça. Cinzéis e encalcadeiras são utilizados para suprimir todos os vestígios da corrida, apagar as junções, reavivar um olhar ou aprofundar a dobra de um vestido. Em 1847, Guettier escrevia: "O ferro fundido quando doce é perfeitamente reparável por meio de lima e encalcadeira e, caso a primeira moldagem tenha sido realizada com cuidado, ele apresenta uma superfície mais unida do que qualquer outro metal".

6-f - a montagem
Se a moldagem e a corrida foram efetuadas em diferentes partes, a estátua é montada por meio de encaixe a frio. Este será consolidado por grampos fixados por rebites ou pinos aparafusados no interior da estátua. Em seguida, o cinzelador intervirá para "reacasalar o metal" e apagar qualquer vestígio da junção.

6-g - o polimento
Antes de receber seu revestimento, o metal é polido de forma a proporcionar uma pele azul-prateada, muito lisa.

6-h - pintura, galvanoplastia
Em seguida, para protege-las da oxidação e, portanto, da ferrugem, as obras em ferro fundido são imediatamente recobertas de pintura, zinco ou bronze. Essa galvanoplastia pode ser efetuada tanto a frio, por depósito eletrolítico, como a quente, por imersão em banho. O abade Maréchal escrevia: "elas são por fim levadas ao pincel dos pintores que deve dar-lhes o tom da pedra, do mármore ou do bronze antigo, e até mesmo do ouro e da prata!" Outro método consistia em recobrir a peça a quente com óleo de linhaça. Para ilustrar melhor essa exposição, bastante técnica, proponho que vocês acompanhem, através de slides, a fabricação de uma cariátide pertencente a um chafariz Wallace.

Fonte: Obras de Arte em Ferro Fundido (Prefeitura do Rio)