História da fundação artística - segunda parte
A partir de 1830, o ferro fundido torna-se presença constante na construção. O material faz concorrência ao bronze e substitui o ferro forjado, a pedra e a madeira. Dessa forma, a utilização de colunas em ferro fundido nos prédios públicos permite a construção de espaços internos de elevado pé-direito, muito espaçosos e claros (a bibliotecas Santa Genoveva e Nacional, em Paris). Da mesma forma, a estrutura das Halles de Paris, construídas por Baltard a partir de 1845, recorreu copiosamente ao material.
Em todas essas construções, o ferro fundido permite dar aos próprios elementos da estrutura um aspecto decorativo por meio da qualidade das decorações moldadas, das quais ornamentos de colunas foram muito utilizados.
Ao mesmo tempo, a aparição e a multiplicação do mobiliário urbano - primeiro os candelabros e, logo em seguida, os chafarizes, bancos, grades e quiosques - apoiou-se no recurso quase exclusivo do ferro fundido.
O ferro fundido moldado, com seus ornamentos muito trabalhados, torna-se um componente maior das paisagens urbanas do século XIX. O modelo europeu será disseminado pelo mundo inteiro.
As estátuas em ferro fundido, material que permite a reprodução das peças originais em vários exemplares, ocupam um lugar cada vez mais destacado. O material dará inspiração ao gênio criativo de muitos escultores do século passado.
A fundição artística nasceu nos anos 1830. Os primeiros fundidores artísticos franceses são Jean Pierre Victor André, em Val d'Osne, Haute Marne, Calla em Paris, Ducel em Pocé, Indre.
Quem foi o primeiro? Aparentemente, o Le Val d'Osne, caso se acredite no relatório da exposição universal de 1844: "Deve ser lembrado que o senhor André é o criador da moldagem em Champagne: acreditou-se durante muito tempo que as nossas fundições, geralmente convertidas em ferro, não dispunham das qualidades necessárias para serem usadas em bronze. Assim, confeccionava-se apenas marmitas e placas. O senhor André foi o primeiro a tentar utilizar o ferro fundido para outros fins".
Outros grandes fundidores, como Muel em Tusey-Vaucouleurs, Meuse, Durenne em Sommevoire, Capitain-Gény em Bussy, Fundições de Saint-Dizier (parceiros exclusivos de Hector Guimard) em Haute-Marne, Denonvilliers em Sermaize-sur-Saulx, Marne, Thiébaut em Paris e Voruz em Nantes, produzirão de modo conseqüente peças ornamentais que podem ser admiradas até hoje no mundo inteiro.
Fonte: Obras de Arte em Ferro Fundido (Prefeitura do Rio) |