Fundada em 1897 por Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras (ABL) se mantém como um templo vivo onde são cultuadas a língua portuguesa e a literatura nacional. Seu corpo acadêmico é constituído por 40 membros efetivos e perpétuos, além de vinte sócios correspondentes estrangeiros. A cerimônia de posse ainda mantém um ritual antigo, no qual o novo imortal se recolhe ao Salão Francês para ter seus momentos de reflexão antes de ser recebido no Salão Nobre pelos outros membros, que o esperam trajando o tradicional fardão.
Todas as sessões acontecem no Petit Trianon — uma edificação doada pelo governo francês ao Brasil — que é uma réplica do original, que está em Versailles. Os vários salões são decorados com fino mobiliário de época, porcelanas e lustres franceses, esculturas, quadros e fotografias, piso em mármore e outros requintes. Na Sala Machado de Assis estão expostos objetos do escritor, inclusive sua escrivaninha. No segundo andar está instalada a Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça, cujo acervo inclui obras raríssimas. É também neste andar que até hoje os acadêmicos se reúnem todas as quintas-feiras para um chá, antes das sessões plenárias.
Ao lado do Petit Trianon foi construído um prédio moderno, o Palácio Austregésilo de Athayde, que, desde sua inauguração em 1979, é utilizado para realização de atividades culturais dirigidas ao público. O edifício também abriga a diretoria da ABL e a moderníssima Biblioteca Rodolfo Garcia, inaugurada em 2005, com cerca de 70 mil volumes, especialmente nas áreas de literatura, filosofia, linguística, filologia, ciências humanas e história.
No moderno edifício há também um centro cultural, com salas de multimídia e de videoconferência, salas de exposição e auditório para seminários, eventos musicais e cinema. No segundo andar, o Espaço Machado de Assis abriga uma exposição permanente de objetos pessoais do mestre, entre os quais se destaca um magnífico tabuleiro de xadrez, com peças que são pequenas obras de arte.
A programação cultural gratuita é intensa, oferecendo espetáculos de música de câmara e/ou música popular brasileira; teatro-educação para grupos escolares; palestras, seminários e mesas-redondas; sessões de cinema; lançamentos de livros e sessões especiais abertas ao público. Toda a programação é divulgada na mídia, na fan page e no site oficial da ABL, e vale a pena participar deste lugar tão especial, onde a história da literatura brasileira permanece viva e dinâmica.
Fonte: Guia Cultural do Centro Histórico do Rio de Janeiro
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